Miguilim, o personagem da narrativa de Rosa, vive no Mutum, um pequeno vilarejo situado no sertão de Minas Gerais. Um dia o médico chega à cidade de Miguilim e descobre que o menino é míope, por isso tem tanta dificuldade de enxergar a beleza da vida:
"[...] E o senhor tirava os óculos e punha-os em Miguilim, com todo o jeito.
- Olha, agora!
Miguilim olhou. Nem podia acreditar! Tudo era uma claridade, tudo novo e lindo e diferente, as coisas, as árvores, as caras das pessoas. Via os grãozinhos de areia, a pele da terra, as pedrinhas menores, as formiguinhas [...].
[...] E Miguilim olhou para todos, com tanta força. Saiu lá fora. Olhou os matos escuros de cima do morro, aqui a casa, a cerca de feijão-bravo e são-caetano; o céu, o curral o quintal [...]
(ROSA, J. G. in Manoelzinho e Miguilim, editora nova Fronteira, 11ª edição, p.149, p.151)
Miguilim ficou deslumbrado diante de um mundo mais bonito e maior do que aquele que seus olhos míopes estavam acostumados a ver. Sua percebção dos objetos, das luzes, das cores e das pessoas fora modificada por uma nova maneira de olhar. O menino da história pressente que, desde que utilize os óculos, nunca mais deixará de perceber os detalhes daquilo que tem diante de si. ASSIM, É TAMBÉM COM O CONHECIMENTO.
O CONHECIMENTO TORNA POSSÍVEL NOS SENTIRMOS PARTICIPANTES DO MUNDO EM QUE VIVEMOS.
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